Como auxiliar uma pessoa em risco de suicídio?

Lidar com um indivíduo em risco de suicídio não é uma tarefa com a qual a maioria das pessoas se deparam com frequência, o que gera insegurança por parte de quem oferece esse apoio e dúvidas sobre como fazê-lo. Para auxiliar nessa importante tarefa, dedicamos o texto de hoje a esclarecer e orientar sobre o tema.

Em geral, a pessoa que recorre a uma tentativa de suicídio se encontra em um estado de considerável sofrimento, da qual não enxerga uma possibilidade real de “saída”. Diante desse desespero, sensação de impotência, prostração, desesperança, angústia, solidão, desamparo, falta de sentido em sua existência e ausência de perspectiva de um futuro melhor, a ideia de colocar um fim à própria vida, como forma de interromperia esse “sofrer”, ganha força e começa a fazer cada vez mais sentido dentro da lógica específica daquele indivíduo.

É comum que pessoas nessas condições se fechem em seu sofrimento, seja com medo de críticas externas, de serem julgadas por aqueles ao seu redor (o que acentuaria o seu sofrimento), seja por acreditarem que não existe saída para sua situação, logo não adiantaria falar sobre isso. Entretanto, essas pessoas costumam apresentar alguns indícios de que algo não vai bem, até mesmo expressarem que pensam em tirar a própria vida, o que precisa ser visto como uma oportunidade para ajudá-la. Ao final do texto, seguem algumas sugestões de leitura sobre o como identificar uma pessoa em risco de suicídio.


O que fazer?

  •  Aqueles em risco de suicídio podem apresentar dificuldades em pedirem ajuda, acreditarem que podem ser auxiliados. Tome a iniciativa em questionar a pessoa sobre como está, assim como para buscar ajuda, caso sinta que ela está em risco;
  • Escolha um local calmo e reservado para abordar o assunto, onde a pessoa possa se sentir mais confortável para expressar como se sente, o que acontece com ela;
  •  Mantenha o foco da conversa no indivíduo, permita com que ele possa dar vazão a essas emoções e pensamentos;
  • Busque entender se mais alguém sabe da situação, se a pessoa confiaria em mais alguém para também ajudar, construir uma rede de apoio em torno desse indivíduo é de grande importância nesse processo;
  • Seja solícito, entenda se a pessoa gostaria de buscar ajuda, se prontifique a auxiliar na busca de apoio profissional, assim como se colocar à disposição para ouvir quando ela precisar;
  • Em casos mais graves, onde existe o pensamento suicida, associado a planos e uma preparação para executar o ato, é importante evitar que a pessoa fique sozinha, assim como restringir o acesso dela aos meios para executar a tentativa de suicídio. Buscar ajuda imediatamente;
  • Quando o indivíduo em risco de suicídio já estiver em algum tratamento psiquiátrico/psicológico, estimule a pessoa a manter o tratamento, assim como para que informe o profissional desse fato;
  •  Caso lidar com essa situação se mostre muito pesada para você, cause acentuado desgaste, lembre-se que também pode buscar suporte profissional.



O que não devemos fazer?


  •  Deve-se evitar críticas e julgamentos ao relato da pessoa. Isso pode fazer com que se feche ainda mais ao auxílio externo;
  •  Não desafie a pessoa a cometer o suicídio, ou alguma outra conduta autolesiva;
  • Evite desprezar, ou supervalorizar o relato do indivíduo. Nessa hora, o importante é ouvir, e demonstrar que ele não se encontra sozinho para enfrentar o problema;
  • Não impeça que a pessoa se expresse acerca do seu pensamento suicida;
  • Não busque apontar culpados pela situação;
  •  Não concorde em manter segredo sobre a situação, para aquelas pessoas em que possam efetivamente ajudar o indivíduo.


Além das recomendações citadas anteriormente, também é importante delimitar uma estratégia de ação para situações de risco, onde a pessoa possa identificar indícios de uma crise suicida e ter em mãos números de contato de amigos e familiares cientes da situação, assim como de profissionais e serviços de saúde aptos a oferecer suporte.


Onde buscar ajuda?

  • CAPS – Centro de Atenção Psicossocial de sua cidade;
  • Unidades básicas de saúde;
  • No caso de situações emergenciais, contate o SAMU pelo telefone 192, ou o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.


Em caso de dúvidas, ou necessidade de suporte sobre esta, ou outras questões de saúde mental, entre em contato com o Serviço de Psicologia do SINPRF-MG através do telefone (31)3388-6780 ou envie um e-mail para psicologia@sinprfmg.org.br.


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