Witzel afirma que maior facção criminosa do RJ está sem munição

O governador do RJ, Wilson Witzel, afirmou nesta sexta-feira (28) que a maior facção criminosa do estado está sem dinheiro para comprar balas.


Assista: https://globoplay.globo.com/v/7725360/


“A informação que tenho do comandante da Polícia Militar é que o Comando Vermelho está sem munição”, disse. “Parabenizo o trabalho da Polícia Rodoviária Federal, que está evitando que cheguem aqui armas e munição. Isso demonstra que já começou a asfixia”, emendou.

Witzel fez nesta manhã um balanço dos 180 dias de seu governo. “A segurança hoje tem demonstrado resultados que são os melhores do país”, afirmou.

O ex-juiz falou ainda de uma “grande investigação” que tem atingido diretamente o tráfico de drogas no estado.

“É uma investigação que já está em operação. Bloqueios financeiros estão sendo realizados, e o crime começou a perder dinheiro - tanto que eles começaram a explodir caixas eletrônicos”, detalhou.

“Nós estamos em alerta: quem explodir caixa eletrônico não ficará impune. Serão caçados, presos e processados”, completou.


Mais Segurança Presente

O governador também anunciou novos destinos do Segurança Presente, que conta com policiamento ostensivo bancado por parcerias público-privadas.

O programa chegará aos bairros de Laranjeiras, Botafogo, Barra da Tijuca, Vila Isabel e Bangu e para as cidades de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada.

O governador afirma que está atuando “em todos os segmentos da segurança”, desde prisões e investigação até o sistema penitenciário. Witzel disse ainda que o RJ tem “a melhor Polícia Civil do país”.

“A Polícia Civil do RJ é a melhor polícia do país. E nós, em termos de alinhamento econômico com o governo federal, somos o estado número 1 em alinhamento”, afirmou.


Custo pra novos presídios são 'preço da paz'

Ainda de acordo com os dados apresentados no balanço desta sexta-feira, 21 mil pessoas foram presas de janeiro a maio deste ano.

O governador prometeu ainda construir 10 novos presídios, resultando em 50 mil novas vagas, mas não deu um prazo para concretizar a proposta. Segundo ele, mesmo que a construção tenho um custo alto, esse “é o preço da paz”.

“Vamos construir 10 novos presídios pra dar 50 mil novas vagas. Custa muito, mas esse é o preço da paz. Só prender não adianta. Se não tiver uma saída que não for melhor que a entrada, não adianta enxugar gelo”, destacou.


Renegociação da dívida do RJ vira recado

Um dos assuntos mais enfatizados pelo governador durante o seu discurso foi a negociação do pagamento da dívida do estado com a União. Witzel afirmou que apoia a reforma da previdência e que se diz base de Bolsonaro, mas que “também quer ser ajudado”.

“Eu sou apoio do governo; agora, pra ser apoio, tem que ser apoiado. A Recuperação Fiscal é algo que nós apresentamos de forma estruturada, consistente. Nós apresentamos uma proposta que é razoável. Vamos sentar para discutir. Pra ajudar, a gente tem que ser ajudado”, afirmou o governador.

“Nosso apoio à reforma da previdência continua sem qualquer restrição. O que eu estou dizendo para o governo é que nós somos base. Agora, nós estamos pedindo atenção porque não é só pro Rio de Janeiro (...). São estados ricos que estão endividados. O governo precisa ter uma atenção especial pra poder fazer a recuperação fiscal”, disse Witzel.

O governador disse que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e alertou que pode levar à Justiça a proposta de revisão do Regime de Recuperação Fiscal, caso o governo federal não ajude.

“Se o senhor [Paulo Guedes] não resolver o problema, vai ter um problema maior ainda. Eu sou situação, se não resolver o meu problema viro oposição", ameaçou.

"Quem emprestou dinheiro para os estados? A União. Eu falei ao procurador do estado: 'Muito dos empréstimos foi usado com o viés da corrupção. Agora? Nós vamos pagar sozinhos ainda com juros?'. Na minha cabeça de juiz, tem coisa errada”, declarou.

“Falei ‘ministro, ou o senhor resolve ou vamos pro Supremo. Mas eu sou contra judiciarização de questão que pode ser resolvida administrativamente. Minha tese de doutorado é sobre isso”, destacou o governador.


Outras promessas

Entre as promessas anunciadas pelo governador, também está ”tapar o buraco” da Linha 4 do metrô. A Estação Gávea, proposta na expansão até a Barra, está com as obras paradas e corre risco de colapso.

“Vamos resolver a Linha 4 do metrô ainda esse ano, porque aquele buraco não pode ficar aberto. Nós estamos tapando vários buracos por aí e vamos tapar esse também”, disse Witzel.

Para a educação, a promessa do governador é chegar a 100% das escolas atendendo em período integral até o fim de seu mandato.

“Ano que vem vamos ter 500, quase 600, escolas em período integral. E se Deus quiser, até o fim do governo, vão ser 100%”, destacou.


‘Gosto de ficar na direita’

Ao subir ao palco para discursar sobre os 180 dias de governo, Witzel foi direcionado ao púlpito do lado esquerdo do palco, mas preferiu não ir para lá e disse em tom de brincadeira: “Eu gosto de ficar na direita”, fazendo uma referência ao seu posicionamento político.

Durante a apresentação, o governador acabou discursando no centro do palco.

Logo no início do evento, Witzel convidou o monsenhor Sampaio para fazer uma oração pelos seus 180 dias de governo.

“Eu era um juiz federal que almejava acima de tudo uma justiça, mas que não cabia nas minhas sentenças. Pedi a Deus forças pra que eu pudesse renunciar ao meu cargo e servir ao povo do Rio de Janeiro. Se isso está acontecendo é porque o Deus em que eu acredito nos fez conquistar essa vitória”, disse o governador.

Compartilhe a publicação:   

Continue lendo: