SETEMBRO AMARELO: É possível prevenir o suicídio?

É possível prevenir o suicídio, desde que os fatores de risco ao mesmo possam ser identificados e as medidas para sua redução possam ser tomadas em tempo. O risco de suicídio é considerado uma urgência médica, devido aos comprometimentos de saúde envolvidos em uma possível tentativa, que englobam lesões graves, incapacitantes e até mesmo a morte.


Entretanto, existem fatores que dificultam o diagnóstico antecipado de um indivíduo em risco de suicídio. A visão religiosa de que tirar a própria vida seria um “grave pecado”, assim como o arraigado tabu associado aos cuidados em saúde mental, como sinal de fraqueza e loucura, trazem vergonha e medo de exposição desse sofrimento, tanto no contato com serviços de saúde regulares, quanto no contato com conhecidos e familiares. A importância de falar sobre a questão se dá, não apenas como forma de escuta e suporte ao sujeito, mas pelo fato de que, em sua maioria, os suicidas expressam, ou apresentam sinais de suas ideias de morte anteriormente, momento no qual poderia haver uma atuação de saúde preventiva.


Diversas situações podem aumentar as chances de uma pessoa atentar contra a própria vida. O fator mais relevante é o histórico de tentativas prévias de suicídio. Segundo dados do Centro de Valorização da Vida (CVV), aqueles que já tentaram tirar a própria vida apresentam cerca de 6 vezes mais chances de tentar novamente, em comparação com indivíduos que nunca apresentaram esse comportamento.


Outro fator de grande risco para o suicídio é a presença de transtornos mentais, com destaque para a depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia. Quase a totalidade dos indivíduos que cometem o suicídio apresentam alguma forma de transtorno mental que impacta na sua percepção da realidade e capacidade racional de tomada de decisões.


Além dos fatores citados anteriormente, outro menos impactante, porém importante de ser destacado, seria a vulnerabilidade social. Situações de vulnerabilidade social são muito associadas a sensação de desamparo e falta de esperança, que também podem levar ao suicídio.


De um modo geral, não negligenciar questões de saúde mental se mostra uma conduta necessária para a prevenção, não apenas ao suicídio em si, como também para outras formas de sofrimento que contribuem para uma piora da qualidade de vida do indivíduo. É importante facilitar o acesso dos mesmos aos serviços de saúde correspondentes, para uma avaliação mais ágil e apropriada da situação, reduzindo o risco de maiores prejuízos.


Na nossa próxima postagem, iremos abordar de forma mais aprofundada sobre possíveis condutas preventivas e serviços aos quais recorrer em caso de risco para o suicídio.


João Lucas Domingues

Psicólogo - SINPRF-MG


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REFERÊNCIAS 

Cartilha Setembro Amarelo: mês de prevenção ao suicídio (UFMG)

Associação Mineira de Psiquiatria

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