SETEMBRO AMARELO: Como agir de forma preventiva?

Considerando a gravidade dos prejuízos trazidos por uma tentativa de suicídio, considera-se que a melhor maneira de lidar com o problema seja a sua prevenção. Em geral, pessoas que realizam tentativas de suicídio tendem a demonstrar a intenção de morrerem em dias/semanas anteriores ao ato. É importante estar atento para sinais de alerta, que devem ser interpretados como um componente de risco inserido no sofrimento do indivíduo. Alguns dos sinais mais observados:


- O aparecimento/agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas: Deve-se evitar interpretar tais situações como meras provocações ou chantagens emocionais;


- Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança: Os indivíduos sob risco de suicídio tendem a falarem mais que o comum sobre o tema, a morte, sobre se sentirem culpados e sem esperanças, além de apresentarem uma baixa autoestima e uma visão negativa sobre sua própria vida e o futuro;


- Expressão de ideias ou intenções suicidas: ficar atento a comentários como “Vou desaparecer”, “Sou um peso para os outros”, “Vou deixar vocês em paz”, “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”, “É inútil tentar fazer algo para mudar, só quero morrer”;


- Isolamento: É possível que a pessoa com pensamentos suicidas possa se isolar, evitar contato pessoal, telefônico ou por redes sociais, além de cancelar eventos/atividades sociais, principalmente aquelas que costumava gostar;


- Outros fatores: Ainda que não sejam determinantes para o suicídio, existem fatores que vunerabilizam ainda mais o indivíduo que já apresenta outros sinais de risco. Alguns exemplos seriam: a perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes.


Algumas atitudes podem significar a diferença entre a vida e a morte, quando se lida com pessoas em risco de suicídio. É importante demonstrar abertura ao diálogo, que a pessoa sinta que pode ser ouvida. Evitar julgamentos e oferecer apoio é fundamental.


Caso entenda que a pessoa está em perigo imediato, que pode realizar uma tentativa de suicídio em breve, não a deixe sozinha e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa. Se o indivíduo mora com você, garanta que ele não tenha acesso a meios de provocar a própria morte (armas de fogo, venenos, medicamentos abundantes em casa e etc).


É imprescindível auxiliar a pessoa em risco de suicídio a buscar ajuda profissional. Alguns dos principais serviços que podem ser acionados nesse tipo de situação seriam:


- Centro de Valorização da Vida – CVV: Oferece suporte emocional e prevenção ao suicídio, de forma voluntária e gratuita a todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (número 188), e-mail, chat e voip, 24 horas todos os dias;


- Centros de atenção psicossocial – CAPS: Os CAPS  são serviços de saúde de caráter aberto, constituído por equipe multiprofissional e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou em processos de reabilitação psicossocial;


- Postos e centros de saúde: Geralmente disponíveis em variadas regiões dos municípios, essas unidades realizam a evolução do acompanhamento de saúde dos indivíduos que utilizam dos seus serviços, criando vínculos com a comunidade onde estão inseridos. Servem não apenas como pontos de assistência em saúde, mas também como porta de entrada para serviços de saúde pública de maior complexidade;


- Samu 192, UPA 24hs, Bombeiros 193, Pronto-socorro e Hospitais: Em caso de uma possível tentativa de suicídio, ou outra condutas autolesivas, se fazem necessários os atendimentos de urgência e emergência de mais fácil acesso possível. Nesses casos, a preservação vital e a prevenção de maiores sequelas consequentes do ato são prioridades.


João Lucas Domingues

Psicólogo - SINPRF-MG


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Referencias:

Saúde de A a Z – Suicídio 

Centro de Atenção Psicossocial – CAPS

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