SETEMBRO AMARELO: Avanços do Suicídio
Apesar de geralmente ser observado como um evento isolado pela sociedade, trata-se do desfecho da interação de uma série de fatores psicológicos, biológicos, culturais e socioambientais. É, de forma geral, a conclusão de um processo.
Anualmente, são registrados cerca de 12 mil suicídios no Brasil e cerca de 1 milhão em todo o mundo. Números que apresentam crescimento, principalmente entre o público mais jovem. Dos casos registrados, 96,8% estavam relacionados a alguma forma de transtorno mental. A principal seria a depressão, seguida pelo transtorno bipolar e pelo abuso de substâncias.
Em 2018, segundo o boletim do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (Gepesp), foram 53 casos de suicídio consumados apenas entre profissionais de segurança pública, mais que o dobro do número de casos observados no ano anterior. Minas Gerais e Distrito Federal ocuparam a 3ª posição em números de suicídio nesse público, com 5 casos. Os casos relatados envolvem profissionais das polícias federal, rodoviária federal, civil e militar e bombeiros, relatados em 19 estados. Somando as categorias —suicídio consumado, tentativa de suicídio, homicídio seguido de suicídio e morte indeterminada— o levantamento chegou a 88 casos.
Em 2019, o Gepesp apontou um aumento de 140% nos casos de suicídio entre profissionais de segurança pública no Brasil.
De acordo com o estudo "FATORES DE RISCO E VITIMIZAÇÃO FATAL DE POLICIAIS: UMA ANÁLISE SOBRE A POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL NO BRASIL (2007-2020*)", realizado pelo PRF W. Marques (SRPRF/PE – 6ª Del Petrolina-PE), "O Causa “mortis” SUICÍDIO que até 2016 ocupava a quarta posição no total de vitimizações fatais, passou a ocupar a segunda posição no ano de 2020, se considerarmos o espaço amostral 2007 a 2020. O dado é ainda mais preocupante se levarmos em consideração o período compreendido entre os anos de 2017 a janeiro de 2020, tendo em vista que esse índice corresponde a 50% de todas as vitimizações fatais ocorridas com os PRF, sendo deste modo a maior causa de mortes de policiais rodoviários federais na atualidade".
Apenas dentre o efetivo da Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais, entre os anos de 2018 e 2019, houveram 3 casos registrados.
Diante da crescente importância do tema, se faz necessário compreender melhor o fenômeno do suicídio, combater frequentes tabus e preconceitos associados às questões de saúde mental, além de aprender como lidar com o problema de forma preventiva. Saber como abordar um indivíduo em risco de suicídio pode ser a diferença entre salvar e perder uma vida. Estima-se que cada suicídio cause um sério impacto na vida de pelo menos outras 6 pessoas.
Para saber mais sobre o assunto, continue acompanhando as publicações da campanha do SINPRF-MG no Setembro Amarelo.
João Lucas Domingues
Psicologo - SINPRF-MG
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REFERÊNCIAS
Associação Mineira de Psiquiatria - Cartilha para Combater o Suicídio
Associação Brasileira de Psiquiatria – Cartilha “Suicídio: informando para prevenir”
Folha de São Paulo - Suicídios entre agentes de segurança pública acendem alerta em Minas Gerais