JANEIRO BRANCO - SÍNDROME DE BURNOUT

Você já ouviu falar na Síndrome de Burnout?

 

O termo “Burnout” tem origem na língua inglesa, e significa queimar-se por completo, consumir-se. A Síndrome de Burnout, também conhecida como “Síndrome do Esgotamento Profissional”, se refere a um conjunto de sinais e sintomas, marcados por um elevado desgaste que prejudica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, levando a um esgotamento profissional e com possibilidade de prejuízo a quase todos os aspectos da vida do indivíduo. Ela seria o resultante do acúmulo excessivo de estresse, de tensão emocional e de trabalho.

 

Quais as principais causas?

É importante reforçar que a doença não está somente relacionada com o ambiente de trabalho. Muitas vezes, as tarefas de casa, ou outras atividades regulares realizadas pela pessoa, podem vir a precipitar esse distúrbio.

Problemas com o chefe, com familiares, em relacionamentos, dentre outros, criam um estado de desequilíbrio interno, impactando negativamente na forma com que a “energia” do envolvido é utilizada. O Burnout está relacionado com o excessivo esforço físico, mental ou emocional, associado a poucos momentos de descanso ou descontração, se manifesta quando a relação com o trabalho acaba se transformando em estresse, ansiedade e nervosismo intensos. A pessoa é levada ao seu limite, sentindo-se extremamente cansada, desmotivada e esgotada.

Não apenas os fatores ambientais, mas a personalidade do indivíduo também é um fator a ser considerado. Uma pessoa com personalidade mais rígida, que possui baixa tolerância a frustrações, está mais propensa a desenvolver o Burnout, assim como um indivíduo mais empático, que tende a absorver a carga emocional de terceiros para si, o que é uma prática nociva (A dor do outro acarreta que se preocupem excessivamente e sobrecarreguem o seu emocional).

Também não costuma ser difícil encontrar pessoas que, junto com a Síndrome de Burnout, sofram também de depressão, façam excessivo uso de medicamentos e apresentem quadro de insônia.

 

Quem é mais susceptível à Síndrome de Burnout?

 Uma pesquisa com profissionais ativos do mercado, finalizada pela Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), em novembro de 2018, constatou que 72% da população brasileira sofre de alguma seqüela de estresse, e 32% sofrem de Burnout.

É comumente observada em indivíduos pessoas cuja vida profissional e pessoal são muito atribuladas, em especial as que possuem múltiplas jornadas de trabalho, assim como os  “viciados em trabalho” (também conhecidos como workaholics), porém, alguns profissionais são mais pré-dispostos a experimentarem esse problema, considerando as características das atividades executadas.

Esses profissionais acabam se esforçando excessivamente em suas atividades e, recorrentemente, se esquecem dos momentos de lazer e relaxamento, como se as mentes desses indivíduos permanecessem em um permanente estado de alerta.

O Burnout também pode estar associado a um elevado nível de exigência no ambiente de trabalho, pois contribui para que o indivíduo se torne exageradamente perfeccionista. Uma cobrança exacerbada de si mesmo, e pelos superiores, impacta negativamente na vida profissional e até mesmo no âmbito pessoal.

As profissões atingidas por essa síndrome mais frequentemente são:

·        Profissionais da saúde em geral;

·        Jornalistas;

·        Advogados;

·        Professores;

·        Policiais, carcereiros;

·        Bombeiros;

·        Oficiais de Justiça;

·        Assistentes sociais;

·        Atendentes de telemarketing;

·        Bancários;

·        Executivos.

Importante destacar que o público feminino possui uma característica agravante para o desenvolvimento da síndrome. Considerável parcela dessa população é afetada em decorrência de uma jornada dupla de trabalho: no emprego e na execução de outras tarefas também em casa (como mãe, esposa e etc).

 

Quais os principais sintomas da Síndrome de Burnout?

·        Pessimismo, baixa autoestima, sensação de “nada que faz é bom o suficiente”;

·        Alterações de humor, depressão;

·        Sentimento de apatia e desesperança;

·        Agressividade, irritabilidade exagerada;

·        Dificuldades de concentração e falha de memória;

·        Irritabilidade no contato social;

·        Falta de apetite e perda gradativa do prazer em atividades que antes gostava de realizar, em consumir alimentos antes prazerosos;

·        Dores musculares e de cabeça;

·        Distúrbios do sono.

Vale ressaltar que, em alguns casos, esse quadro pode acarretar questões físicas, como hipertensão problemas estomacais, como gastrite. Sudorese, palpitação, crises de asma, também são manifestações físicas possivelmente associadas à síndrome, assim como a maior chance de surgimento de doenças oportunistas, uma vez que pode afetar a imunidade do indivíduo.

 

Como identificar e tratar a Síndrome de Burnout?

Imagine um estudante, antes de realizar uma importante prova. Ele se encontra sob estresse, devido a ansiedade de rendimento. Seu corpo mente e emoções se encontram alterados, focados em produzir os melhores resultados possíveis. Entretanto, finalizada a sua prova, ele tenderá a sair desse estado, relaxar e retomar seu ritmo de vida habitual. Na Síndrome de Burnout, o estresse e sobrecarga desse indivíduo se prolongariam por um longo período, mesmo que não mais necessário. Tais fatores tendem a ocorrer ligados são trabalho/atividade, ocasionando sentimentos de culpa e cansaço.

O diagnóstico do distúrbio é clínico, leva em consideração a história do paciente, sua personalidade, seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. Por apresentar grande semelhança com outras questões de saúde, como a depressão, é importante que o diagnóstico seja realizado por profissional capacitado, em consulta com psiquiatra ou psicólogo, para identificar a gravidade do quadro e definir uma estratégia terapêutica.

No geral, o Burnout requer que o indivíduo faça terapia e acompanhamento médico de forma contínua. Pode incluir o uso de antidepressivos, atividade física regular e exercícios de relaxamento para ajudar a controlar os sintomas. Os efeitos e a duração do tratamento podem variar de acordo com o paciente e a gravidade do caso.

 

Como prevenir a Síndrome de Burnout?

É possível agir de forma preventiva com relação ao Burnout. A prevenção se dá por meias alterações no estilo de vida, com a execução de práticas simples:

·        Prática de exercícios físicos regulares;

·        Alimentação adequada;

·        Separar momentos para o lazer;

·        Buscar cobrar-se menos;

·        Reorganizar a rotina de vida, de forma a torná-la o menos desgastante possível;

·        Utilizar os seus dias de férias e folgas, para se dedicar a outras atividades não relacionadas ao trabalho;

·        Cultivar relacionamentos saudáveis no trabalho, evitar o agravamento desnecessário de conflitos;

·        Introduzir na em sua rotina a prática de atividades que levem ao relaxamento, como Meditação ou  Yoga.

 

Como lidar com pessoas com Síndrome de Burnout?

Ao lidar com alguém que possivelmente se encontre com Burnout, um dos primeiros passos seria evitar abordar assuntos de trabalho desnecessariamente, em momentos onde o contexto não é o do trabalho.

Busque conversar sobre assuntos leves e descontraídos, isso contribui para mudar o foco de todos os assuntos e chateações que fazem com que ele se sinta frustrado ou estressado. A prática de passeios e breves viagens, que levem a uma alteração no ambiente em que o indivíduo se encontra regularmente, podem também auxiliar na redução do sofrimento.

               Em muitos casos, a introdução de animais de estimação pode ser um recurso útil, porém, deve ser considerada a necessidade de cuidados regulares com o mesmo, assim como a preferência da pessoa por estes.

               Caso o indivíduo apresente tal abertura, auxiliar o mesmo, de forma não impositiva, a buscar o tratamento, pode agilizar no controle da situação, redução do sofrimento e evitar maiores agravos em sua saúde.


Fiquem atentos às próximas publicações do Janeiro Branco, no site do SINPRF-MG e em nossas Redes Sociais. Em caso de dúvidas ou necessidade de apoio em saúde mental, entre em  contato com o nosso Serviço de Psicologia através do e-mail psicologia@simprfmg.org.br, ou do telefone (31) 3388-6780.

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