ARTIGO | Não se engane, o crime não entra em quarentena

Enquanto milhares de vidas são ceifadas pela pandemia da CovidD-19 e grande parte da população vive um temor quase ancestral, o de sair de casa, o crime e o trânsito de drogas nas rodovias brasileiras só aumentam. Isso porque todas as leis, normas e multas que determinam o isolamento social podem ser aplicadas apenas para o cidadão. O crime não respeita as mortes provocadas pela crise da Covid-19 e, ao contrário, acelera o ritmo aproveitando supostos espaços vazios.

Ao comparar o primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2019, é possível perceber o aumento do número de apreensões realizadas por nossos policiais nas rodovias nacionais. Se considerarmos o número total de drogas, entre maconha, haxixe, skunk, crack e cocaína, para os seis primeiros meses de 2019 e 2020, o aumento percentual mais do que dobrou, chegando a 123%. Enquanto no ano passado tivemos 149.449,5 quilos dessas drogas apreendidos, neste ano chegamos ao montante de 332.975,6 quilos, durante o mesmo período.

Em relação às unidades de ecstasy e anfetaminas, foram de 18.769 no último ano para 48.018 neste ano; um aumento de 156% nas apreensões. Este acréscimo também pode ser percebido na recuperação de animais silvestres. Até o final de junho foram resgatados 23.449 animais, ante os 5.759 do ano anterior, um ganho de 307%.

O trabalho dos policiais rodoviários federais, inserido e integrado às políticas de segurança pública do Estado Brasileiro, tem como um de seus princípios fundamentais desestruturar as redes do crime nas rotas nacionais. Esta afirmação pode ser comprovada pelos números de apreensões no primeiro semestre de 2020. A PRF vem apresentando importantes resultados institucionais nos últimos anos e vamos continuar a prestar esse serviço de excelência à sociedade.

Estes números são apenas alguns exemplos que comprovam o trabalho incansável dos policiais rodoviários federais. Enquanto polícia ostensiva da União, não tenho dúvidas de que somos a força policial que mais apreende drogas e cigarros contrabandeados no país. Esse modal de criminalidade demonstra a necessidade de manutenção dos investimentos e é isso que vamos buscar cotidianamente. É isso que a sociedade brasileira espera da polícia. Vamos continuar ampliando o nosso trabalho com policiamento ostensivo dos mais de 75 mil quilômetros de rodovias que fiscalizamos.

A segurança e a independência operacional estão embasadas no papel que a PRF cumpre perante a sociedade. O nosso objetivo é consolidar esse papel, de forma transparente, explicitando por meio dos resultados, o retorno para o investimento feito pelos brasileiros por intermédio de seus impostos.

A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) tem acompanhado de perto o trabalho de homens e mulheres que estão na linha de frente dessa batalha contra o crime nas rodovias federais, e os números mostram um aumento constante nas apreensões de drogas, armas e no combate ao contrabando, ao tráfico de animais silvestres, dentre outros ilícitos, como resultado do policiamento ostensivo, mesmo em tempos de Covid-19.

É fundamental lembrar à sociedade que, se o crime não entra em isolamento social, nós também não entramos. Ao contrário, estamos na linha de frente de uma batalha dura, e é o nosso dever, enquanto força de segurança, continuar trabalhando pela e para a sociedade brasileira, na busca da melhoria de nosso país, com o desejo de que todos também façam as suas partes.

Deolindo Paulo Carniel é presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais

*Artigo publicado no Portal O Globo

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