#JANEIROBRANCO - Quais são as questões de saúde mental mais comuns?

Quais são as questões de saúde mental mais comuns?


Ao falar de saúde mental, falamos de algo mais amplo que apenas a ausência de transtornos e patologias, entretanto, entender sobre a existência das mesmas se faz importante. Saber que não se trata de “frescura”, algo incomum, ou inofensivo, pode contribuir para desmistificar e quebrar preconceitos referentes ao tema, favorecendo que a pessoa afetada tome a iniciativa de iniciar um tratamento, ou mesmo possa ser notada por amigos e familiares enquanto alguém que precisa de ajuda.


Dados do Informe Mundial de Saúde Mental (OMS, 2022) apontam que transtornos mentais já afetam quase um bilhão de pessoas. Em 2019, dentre a população com algum tipo de transtorno mental identificado, 31% encontrava-se com algum transtorno de ansiedade, seguidos por 28,9% de pessoas com algum transtorno depressivo. Estimasse que a depressão será a doença mais prevalente até 2030.


Entendendo melhor a ansiedade e a depressão


A ansiedade é um sentimento comum ao ser humano, geralmente associado a situações de cobrança, necessidade de desempenho e assertividade pontuais. Entretanto, quando a ansiedade se apresenta em forma de uma autocobrança intensa e recorrente, em níveis superiores aos que o indivíduo consegue processar, ao ponto de prejudicar a funcionalidade e a qualidade de vida do mesmo, podemos estar diante de um transtorno de ansiedade.


Em geral, os transtornos de ansiedade estão associados a uma reação emocional à sensação de um risco, um perigo eminente no futuro. Diante da percepção de ameaça, o cérebro tende a acionar o organismo, preparando este para situação de “luta” ou “fuga”. Por seu caráter excessivo e recorrente, os transtornos de ansiedade podem apresentar consequências de ordem física (ex: tonturas, taquicardia, dores de cabeça), psíquica (agitação, irritabilidade, sensação de desrealização), assim como prejuízos na interação do indivíduo com o mundo a sua volta (ex: questões de relacionamento, questões profissionais).


Importante destacar que os transtornos de ansiedade podem contribuir para o surgimento de outras doenças mais graves e incapacitantes, como depressão, diabetes, hipertensão e problemas cardíacos.


A depressão, que é diferente de apenas estar triste, é um distúrbio afetivo comum, porém sério, que tende a interferir no cotidiano da pessoa, sua capacidade de desempenhar atividades antes corriqueiras, causar alterações de sono, alimentação, autocuidado e, em casos mais graves, aumenta consideravelmente o risco de suicídio.


Para além da tristeza, na depressão é possível observar o indivíduo “remoer” eventos de seu passado, presença de sentimento de culpa, sensação de falta de energia e interesse, comumente acompanhados da sensação de inutilidade, de incapacidade, sensação de não haver solução, pessimismo, desesperança e dificuldade em sentir alegria, mesmo diante de situações na qual isso seria anteriormente comum.


As causas da depressão estão associadas à combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos, sendo necessária a avaliação profissional para realização de um diagnóstico. O tratamento é essencialmente medicamentoso, com grande contribuição do processo psicoterapêutico para auxiliar na reestruturação psicológica do indivíduo, aumentar sua compreensão sobre o processo de depressão e auxiliar na resolução de conflitos e impactos do estresse.


O processo de adoecimento mental é multifatorial, ou seja, não está associado a apenas um fator ou acontecimento, mas à soma e interação de eventos e condições específicas presentes nas pessoas. Por isso, observamos indivíduos diferentes, sendo capazes de interagir de formas diferentes a um mesmo evento, o que traz sofrimento a uma pessoa, nem sempre trará a outra.


Identificar e abordar esses fatores o quanto antes, possibilita reduzir o sofrimento do indivíduo e prevenir a piora de sua condição. Muitos dos transtornos que se observam em pacientes graves, poderiam ter sido controlados/prevenidos antes, com tratamento adequado. Se não está bem, busque ajuda.


Janeiro Branco – “Saúde mental enquanto há tempo! O que fazer agora?”



SERVIÇO DE PSICOLOGIA DO SINPRF-MG

Psicólogo responsável: João Lucas Domingues - CRPMG 36048
psicologia.sinprfmg@gmail.com






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