#JaneiroBranco: A saúde mental dos agentes de segurança pública
Um dos principais motivos que levam a saúde mental dos agentes de segurança pública, a um local de destaque no debate trazido pela campanha do Janeiro Branco, certamente é a constante exposição desse grupo a elementos estressores, como situações de violência, risco à vida, situações de calamidade e um ambiente de elevadas exigências. Tais fatores aumentam de forma considerável a possibilidade do desenvolvimento de transtornos mentais que, para além de todo o sofrimento enfrentado pelo indivíduo, podem trazer prejuízos funcionais significativos, incapacitar o agente para o exercício de suas funções, ou até mesmo elevar o seu risco de morte.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2023, a principal causa de morte entre Policiais Militares foi o autoextermínio, superando os números de mortes ocorridas por confrontos, tanto durante o serviço, quanto em momentos de folga. A taxa de suicídios de policiais civis e militares da ativa cresceu 26,2%, com relação aos dados do ano anterior.
Ainda em 2023, em um levantamento realizado pela Central de Acolhimento e Acompanhamento em Saúde (CAAS) da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com 9.500 servidores, foram identificados ao menos 3 mil com indícios de depressão, ansiedade ou estresse.
Esses números são ainda mais preocupantes ao considerar que muitos desses profissionais não buscam tratamento adequado. A combinação do temor de prejuízo de sua carreira, sobrecarga de trabalho e a estigmatização de questões emocionais, especialmente em ambientes como o da segurança pública, podem ter consequências graves tanto para os indivíduos, quanto para a sociedade como um todo.
É importante ressaltar que o processo de adoecimento não ocorre de forma repentina, e que apesar de nem sempre ser fácil identificar o mesmo, é possível estarmos atentos à presença de alguns sinais e sintomas que indiquem que algo não vai bem. Algumas características possíveis de se observar em um processo de adoecimento mental seriam:
• Constante presença de fadiga excessiva e desânimo, que não tem melhora significativa mesmo após o descanso;
• Dificuldade em sentir prazer em atividades que antes eram prazerosas;
• Alterações repentinas de humor, comportamentos atípicos, inconsequentes;
• Consumo excessivo de álcool, ou outras substâncias;
• Presença de tristeza constante e pensamentos suicidas.
É de extrema importância que, ao identificar situações como as descritas, seja buscado ajuda profissional para avaliação médica e psicológica, iniciar possíveis tratamentos o quanto antes e evitar maiores prejuízos ao indivíduo, sua família e também à sociedade.
João Lucas Moraes Domingues – CRPMG 36048
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